Você já se perguntou como é feito o papel?
A resposta para essa pergunta está na indústria de papel e celulose, responsável pela produção de papel no mundo todo. O cenário industrial se inicia em 1799, quando o francês Nícholas-Louis inventou a primeira máquina para fazer papel.
Desde a antiguidade, o homem sempre teve necessidade de deixar registros, seja em pedras e pergaminhos. Não se sabe ao certo a sua data de origem, mas até os dias de hoje, papel faz parte do cotidiano da maioria das pessoas; Desde então, a fabricação de papel | é de muita importância para a sociedade.
Características da celulose
A matéria prima do papel é a celulose. Ela é um polímero de glicose, classificado como um polissacarídeo, que é extraída de diversos vegetais, pois ela compõe seus tecidos – mais especificamente a parede celular -, conferindo-lhes rigidez e firmeza. Em contrapartida, as árvores não são compostas apenas de celulose. Por isso, na produção de papel é importante o desfibramento, a deslignificação e a lavagem da madeira, ou seja, a retirada dos outros compostos da madeira.
Etapas da produção de papel
Celulose de Fibra Curta
A celulose de fibra curta é originada do eucalipto, possuindo de 0,5 a 2mm de comprimento e é ideal para a produção de papéis, como o papel branco para imprimir e escrever, e também de fins sanitários, pois o papel produzido por ela apresenta menor resistência, alta maciez e boa absorção.
Celulose de Fibra Longa
A celulose de fibra longa, advinda do pinheiro, apresenta comprimentos entre 2 e 5 mm. Ela é utilizada na produção de papéis que demandam mais resistência, como papel cartão.
Fluff
O fluff é produzido a partir da celulose de fibra longa, resultando num papel de alta capacidade de absorção e retenção de líquidos, ambos uniformemente, por isso é utilizada para produtos higiênicos.
A partir do Plano de Metas de Kubitschek no final dos anos 50, o setor industrial aumentou sua escala. As fábricas de papel cresceram em quantidade rapidamente, tomando hoje um espaço muito grande na economia, visto que em 2017 o Brasil firmou-se como o segundo maior produtor da polpa de celulose do mundo, também vale ressaltar que 70% da produção nacional destina-se para a exportação.
Produção de Celulose
Como sabemos, o papel vem da árvore. Sendo assim, a matéria-prima é cortada e levada para o local de fabricação. Nele, ela passa por um processo de limpeza para lavagem e retirada das cascas. Depois, é cortada em lascas de tamanhos pré-determinados.
Para que essa etapa se torne mais sustentável, é fundamental usar áreas reflorestadas, local onde são plantadas espécies mais apropriadas para o tipo de celulose ou papel que será produzido. Após um tempo, a matéria-prima utilizada será renovada com o plantio de novas árvores.
Segunda etapa: preparo da polpa
As lascas são cozidas dentro de um digestor com temperatura de 160°C. Aqui, é extraída uma pasta marrom, usada na fabricação de papéis não branqueados.
Terceira etapa: branqueamento
No caso da produção de papéis brancos, é usado o alvejante. Eles são produtos químicos branqueadores adicionados à pasta marrom gerada na segunda etapa, tra
nsformando o produto em uma polpa branqueada.
Fabricação do Papel
Através de esteiras, os cavacos são levados até o digestor, onde inicia-se o processo de cozimento da madeira. Nesta etapa a lignina é separada das fibras de celulose marrom e se transforma em licor negro, que é queimado para a geração da energia usada na fábrica. A polpa marrom é lavada e pré-branqueada em um processo utilizando o oxigênio. Para obter uma celulose cada vez mais branca ocorre o processo de branqueamento através de um processo químico que permite que a celulose se torne branqueada ECF (Elemental Chlorine Free), ou seja, livre de cloro elementar. E segue para a torre de estocagem.
O processo de fabricação de papel inicia com a depuração das fibras e a eliminação de todas as impurezas da massa de celulose. A polpa segue para o processo de refinação, aumentando a flexibilidade das fibras, conferindo as características físicas necessárias para o produto final: o papel. A polpa de celulose é diluída até a consistência adequada para a produção do papel, que chega a proporção de 1% de fibra de celulose em 99% de água nesta caixa de entrada, que distribui esta massa em uma tela formadora da folha, obtendo assim uma folha de papel uniforme e a gramatura pré-estabelecida.
O controle da gramatura é monitorado automaticamente pelos computadores de controle do processo. A folha de papel já formada segue por um processo de prensagem entre dois rolos revestidos por feltros, com o objetivo de retirar a água de maneira uniforme em ambos os lados. Na etapa de pré-secagem, a folha de papel passa por cilindros secadores superiores e inferiores com temperatura controlada, que faz com que a folha seja seca de maneira uniforme em ambos os lados.